TELEBRASIL 2006: o impacto da tecnologia para a Inclusão Social

As telecomunicações para a inclusão social, tema do 50o Painel TELEBRASIL, têm na tecnologia convergente das TICs um esteio. O vice-presidente da Illuminas, Andrew Elder, tratou do impacto da rede Internet. O sócio diretor-executivo da DMR Consulting, Flávio Araripe, explicou o ISIS – indicador da sociedade da informação.

A convite da Cisco Brasil, compareceu ao TELEBRASIL 2006, como convidado internacional, o vice-presidente da Illuminas, Andrew Elder. A Illuminas é um grupo de consultoria e pesquisa de marketing, com escritórios em 30 países. Em 1999, avaliou o tamanho da Internet no mundo. Em 2004, estudou o impacto das aplicações da Internet nos processos de negócios e na cultura organizacional na América Latina. Já em 2006, pretende estudar a indústria de software na Índia.

O palestrante mostrou que há uma correlação entre a produtividade do trabalho e o PIB dos países. Coréia e Japão batem todos os recordes. O palestrante explicou a metodologia utilizada na pesquisa efetuada pela Illuminas na América Latina sobre o uso de TICs pelos estados, do ponto de vista tecnológico e de negócios. Nos EUA e Europa, as empresas que utilizam TICs e que obtêm informações por estarem conectadas apresentam entre três e sete vezes mais produtividade que as demais que não recorrem a tais meios.

Na América Latina, o incremento da produtividade das empresas pelo uso das TICs foi estimado em 70%. Foram identificadas cinco práticas favoráveis: infra-estrutura, automação de processos, cultura de comunicação e medição de resultados para gerenciar. A illuminas efetuou 1.200 entrevistas no Brasil, México, Chile, Argentina, Colômbia e Costa Rica para avaliar o uso de TICs nas áreas de Governo, educação, saúde, fabricação, varejo e setor financeiro.


Andrew Elder traçou o perfil da conectividade do setor público no Brasil que se traduz por velocidades médias, uso de ADSL (asynchronous digital subscriber loop) e de frame relay. Apenas 2% das instalações operam acima de 1,5 Mbit/s. A título comparativo, esse índice cresce para 47% na União Européia e 56% nos EUA. No Brasil, a segurança da comunicação pode ser considerada boa e o índice de acesso à Internet fica entre 20 a 30% para os que tem PCs (computador pessoal).

Fruto de pesquisa, informou Andrew Elder que no Brasil, 76% dos entrevistados julgam que a Internet é importante; 84%, que as TICs reduzem custos; e 81% se disseram satisfeitos com as TICs.

– No Brasil há uma cultura para apreciar o uso das TICS – concluiu Andrew Elder.

Flávio Araripe

Flávio Araripe é sócio-diretor da DMR Consulting, empresa de origem canadense, hoje com 4 mil funcionários, sede em Madri (Espanha) e desde 2001 com escritório em São Paulo. Abordou em sua palestra o ISI – indicador da Sociedade da Informação. Para a América Latina, são 14 variáveis relativas economias do Brasil, Argentina Chile e México que são acompanhadas trimestralmente.

Utilizam-se indicadores nas áreas das TICs (tecnologia da informação e comunicação), ambiente econômico, institucional, social e infra-estrutura. Representam a área das TICs a densidade do uso de celulares, computadores e Internet e os gastos em TICs pelo PIB. Outras variáveis compreendem o PIB por habitante, o crescimento do PIB, o grau de liberdade econômica, a taxa de desemprego, as pessoas de nível superior. Para o País, a metodologia acompanha variáveis como o discurso soberano, o risco-país e percepção de corrupção.

Os resultados do ISI para os países em desenvolvimento são comparados com o índice dos países ótimos (desenvolvidos) e subótimos (como Portugal). No grupo escolhido para a América Latina, o Brasil, a dados do 1º trimestre de 2004, comparece com Indicador Social de Informação de 4,52, que fica abaixo do México (4,89), Argentina (4,83) e Chile (6,11). O Brasil, no entanto, vem melhorando de índices ao longo do tempo.

São âncoras do Brasil a densidade de aparelhos celulares e os gastos com TICs/PIB. São indicadores de resultados mais moderados a densidade de computadores e de uso da Internet para quem tem PC. O Brasil apresenta leve melhoria no índice de liberdade da economia. Na percepção da corrupção, o Brasil ocupa a 59º posição dentre 69 países.

Segundo Flávio Araripe, o Brasil ainda apresenta um importante gap do Indicador da Sociedade da Informação (ISI), se comparado com o dos países ótimos e até subótimos. Há muito ainda por fazer.

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